Para aqueles que são amantes da natureza...

"Este cerrado é um pouco como o nosso povo brasileiro. Frágil e forte. As árvores tortas, às vezes raquíticas, guardam fortalezas desconhecidas. Suas raízes vão procurar nas profundezas do solo a sua sobrevivência, resistindo ao fogo, à seca e ao próprio homem. E ainda, como nosso povo, encontra forças para seguir em frente apesar de tudo e até por causa de tudo"

Newton de Castro


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019


GRAZIELA MACIEL BARROSO (1912-2003)

http://www.canalciencia.ibict.br/notaveis/graziela_maciel_barroso.html


https://unifei.edu.br/personalidades-do-muro/extensao/graziela-barroso/

Nasceu em 11 de abril de 1912, em Corumbá (Mato Grosso do Sul). Como a maior parte das moças de sua época, Graziela Maciel Barroso foi educada para ser dona de casa. Casou-se aos 16 anos com o agrônomo Liberato Joaquim Barroso, e morou em vários lugares do país por causa de seu trabalho. Aos 30 anos, no entanto, com os filhos já crescidos, Liberato perguntou à esposa se ela gostaria de voltar a estudar, e passou a lhe ensinar botânica. "Meu marido foi meu grande mestre", diz. Graziela foi então trabalhar como estagiária no Jardim Botânico no Rio de Janeiro. Foi a primeira mulher a fazer o concurso para ser naturalista do Jardim Botânico, tirou o segundo lugar e a partir de 1946 trabalhou com seu marido em sistemática botânica. Durante muitos anos, Graziela trabalhou sem ter curso superior. Apesar disso, orientava os novos estagiários e mesmo mestrandos e doutorandos. Aos 47 anos, decidiu estudar e ingressou no curso de biologia da Universidade do Estado da Guanabara. Finalmente, em 1973, aos 60 anos defendeu sua tese de doutorado “Compositae - subtribo Baccharidinae Hoffmann - estudo das espécies ocorrentes no Brasil”.
Dona Graziela é conhecida como a “primeira grande dama” da botânica brasileira, tendo sido professora de quase todos os botânicos brasileiros, nos seus mais de 50 anos de atividade didática. Sua obra mais conhecida é provavelmente “Sistemática de Angiospermas do Brasil,” em 3 volumes, dos quais dois foram publicados depois de sua aposentadoria compulsória em 1982. Seu quarto livro, “Frutos e Sementes,” foi publicado em 1999. Em sua homenagem, mais de 25 espécies vegetais identificadas nos últimos anos foram batizadas com seu nome, como Dorstenia grazielae (caiapiá-da-graziela) da família das Moraceas (a da figueira), Diatenopteryx grazielae (maria-preta). Viúva em 1949, continuou o trabalho, orientando e ensinando. Tornou-se a maior catalogadora de plantas do Brasil. Seu livro “Sistemática de angiospermas do Brasil” é uma referência internacional sobre o assunto, sendo adotado em todas as universidades brasileiras. Eleita para a Academia Brasileira de Ciência, sua posse estava marcada para o dia 4 de junho de 2003, mas faleceu no dia 5 de maio daquele ano.




Fontes