Quem passa por nossa região, ou quem por aqui vive, não pode deixar de notar a grande ocorrência de uma árvore de pequeno porte com lindas flores amarelas. Trata-se da Tabebuia caraiba (Mart.) Bur ou simplesmente caraíba ou caroba-do-campo, ou ainda ipê-amarelo-do-cerrado. Com um tronco tortuoso revestido por grossa cascaresistete ao fogo (fato natural no cerrado), o ipê amarelo pode chegar até 40 cm de diâmetro e em torno de 12 a 20 metros de altura. Ocorre na Amazônia, Nordeste, São Paulo e no Brasil Central (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul). Ele apresenta uma diversidade na forma, ecologia e fisiologia. Apesar de especialistas enquadrar os exemplares do cerrado em outra espécies diferente, nós encontramos explicações para isto. É que nos cerrados de solo pobre, o ipê é uma árvore de menor porte (4 a 6 metros) e apresenta o tronco ainda mais tortuoso. O ipê - amarelo pode ser perenifólia, ou seja, não perde as folhas, ou semidescíduas, que perde parte das folhas, sendo o ipê do cerrado totalmente descídua, isto é, perde completamente as folhas no período de seca. Este assume também características xeromorfas nem sempre verdadeiras por ter mais relação com o solo do que com a quantidade de água disponível. O ipê-amarelo floresce de agosto a setembro, frutificando geralmente em meados de outubro. As sementes devem ser colhidas e secas ao sol. A germinação se dá em torno de 50% com um desenvolvimento lento. A madeira do ipê é flexível, dura, moderadamente pesada e de baixa resistência ao apodrecimento. Ela pode ser utilizada em cabos de ferramentas, peças curvadas, réguas flexíveis, artigos esportivos, móveis, esquadrias e na construção civil. A árvore em si é extremamente ornamental, mas o seu potencial paisagístico não é muito explorado nem mesmo na arborização urbana. Os pés de ipês podem ser utilizados em reflorestametos e recomposição de áreas degradadas. Apesar da beleza, da grande utilidade e do mist´rio da vida que envolve o bioma cerrado, corre-se o risco de destruí-lo sem conhecer exaustivamente os seus potenciais.
Referência
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1992, 382p.
Tabebuia caraiba (mgonlinestore.com) |
Tabebuia caraiba ( timblindim.wordpress.com) |
Tabebuia chrysotricha (jardinsdepetropolis.com.br) |
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