Para aqueles que são amantes da natureza...

"Este cerrado é um pouco como o nosso povo brasileiro. Frágil e forte. As árvores tortas, às vezes raquíticas, guardam fortalezas desconhecidas. Suas raízes vão procurar nas profundezas do solo a sua sobrevivência, resistindo ao fogo, à seca e ao próprio homem. E ainda, como nosso povo, encontra forças para seguir em frente apesar de tudo e até por causa de tudo"

Newton de Castro


quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Por que a Família Asteraceae?

A Família Asteraceae, também conhecida como Compositae, é, reconhecidamente, a maior família do reino vegetal, compreendendo 1.535 gêneros e cerca de 23.000 espécies (Bremer, 1994; Judd et al., 1999). 
De ampla distribuição em regiões temperadas, tropicais e subtropicais, a famíla Asteraceae, teve sucesso em todos os tipos de habitats considerando as altitudes, sendo ainda mais abundantes em ambientes áridos do que em florestas tropicais (Barroso et al., 1991). 
As Asteraceae apresentam grande plasticidade evidenciada pela ocupação de diferentes nichos ecológicos, o que leva ao surgimento de padrões anatômicos muito variados, não raro adaptações a condições muito particulares, o que reflete na anatomia dos órgãos vegetativos (Cronquist, 1981). Podem ser encontradas como ervas, arbustos, menos comuns as lianas, raramente árvores, às vezes plantas latescentes e resiníferas.
As folhas são simples, alternas, opostas ou verticiladas, inteiras, dentadas ou lobadas a cortadas de forma variada (Cronquist, 1968), freqüentemente conduplicada ou revoluta (Judd et al., 1999). Metcalfe & Chalk (1950) relataram a grande variabilidade anatômica e morfológica das Asteraceae, destacando a constância de caracteres como canais secretores, caules herbáceos com feixes colaterais acompanhados por fibras, presença de estômatos anomocíticos, ocorrência de crescimento secundário não usual em espécies lenhosas e o aparecimento de uma endoderme ao redor do sistema vascular, sendo que no caule geralmente apresentam além de grãos de amido, estrias de Caspary.
Estudos sobre a anatomia foliar em Asteraceae têm servido como base para morfogênese, fisiologia ecológica e evolução. 
O sucesso adaptativo das Asteraceae, refletido no elevado número de espécies e ampla distribuição geográfica, foi sugerido devido a presença de estruturas secretoras especiais como os canais resiníferos contendo poliacetileno e lactonas sesquiterpênicas, e os laticíferos contendo alcalóides, óleos essenciais e lactonas sesquiterpênicas. Estes compostos são responsáveis pela defesa química da planta (Ehleringer et al., 1976; Cronquist, 1981; Wagner, 1991; Roshchina & Roshchina, 1993).
http://www.botany.wisc.edu/garden/UW-Botanical_Garden/Asteraceae.html

Estão em todos os tipos de solos mesmo em afloramento rochoso, onde os solos são rasos, pouco desenvolvidos e carentes em nutrientes, exibindo, em geral, adaptações à falta de água, devido a intensa exposição à radiação solar, pouca profundidade e alta permeabilidade dos solos e a ação dos ventos, fatores que levam o ambiente a uma extrema deficiência hídrica.

São sobreviventes! 
E é assim que temos que ser, como as asteráceas!!!!
 
BARROSO, G. M; PEIXOTO, A. L.; ICHASO, C. L. F.; GUIMARÃES, E. F. &
COSTA, C. G. (1991). Sistemática das Angiospermas do Brasil. Vol. 3, 1ª ed.,
Viçosa: Editora UFV, 326p.
BREMER, K. (1994). Asteraceae-Cladistics & Classification. Oregon: Timber Press,
752 p.
CRONQUIST, A . (1981). An integrated system of classification of flowering plants.
New York: Columbia University Press. 1262p.
JUDD, W.S.; CAMPBELL, C.S.; KELLOGG, E.A. & STEVENS, P.F. (1999). Plant
Systematics: a phylogenetic approach. Sunderland - Massachusetts: Sinauer
ASSOCIATES, 464p.
METCALFE, C.F. & CHALK, L. (1950). Anatomy of the dicotyledons: leaves, stem
and wood in relation to taxonomy with notes on economic uses. 2v.,
Oxford:Clarendon Press. 724p.
EHLERINGER, J. R., BOJRKMAM, O. E. & MONNEY, H. A. (1976). Leaf
pubescence: effects on absorptance and photosyntesis in a desert shurb. Science 192:
376-377.
ROSCHINA, V. V. & ROSCHINA, V. D. (1993). The excretory function of higher
plants. Berlin: Springer- Verlag, 314p.
WAGNER, G. J. (1991). Secreting glandular trichomes: more than just hairs. Plant
Physiol. 96: 675-679.


Achyrocline satureoides
(Lam.) DC.




Verbesina glabrata Hook &
Arn.
Vernonia decumbens
Gardner
Baccharis platypoda DC. 












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