Célula
Vegetal: parede celular
Uma célula vegetal típica consiste em uma parede
celular mais ou menos rígida e um protoplasto. O citoplasma, que é circundado
externamente pela membrana plasmática, inclui organelas, sistema de membranas e
estruturas não membranosas, como os ribossomos. A matriz citoplasmática, na
qual o núcleo, várias organelas e sistemas de membranas estão suspensos, é
denominada citosol. As células vegetais contêm plastídios e desenvolvem um ou
mais vacúolos no citossol em contraste com a maioria das células animais. O
vacúolo é circundado por uma membrana denominada de tonoplasto. Em células
vivas, o citoplasma está em constante movimentação. As organelas assim como as
várias substâncias suspensas no citossol. Podem ser observadas, sendo
arrastadas em movimentos circulares ordenadamente organizados. Este movimento é
conhecido como corrente citoplasmática ou ciclose, e é contínuo por toda a vida
da célula. As correntes citoplasmáticas facilitam as trocas de materiais dentro
das células e entre elas e o seu meio ambiente.
1. Parede celular
A parede celular está presente em praticamente todos
os tipos celulares de plantas, e é a principal característica que serve para
distinguir células vegetais de animais. A parede é mais ou menos rígida e
delimita o protoplasto; assim ela impede a ruptura da membrana plasmática com a
absorção de água. Nas células maduras a parede mantém o tamanho e a forma da
célula. Considerando-se a estrutura e a composição química, a parede pode ser
uma das características utilizadas para identificar o tipo de função da célula.
O principal componente da parede é a celulose, um polissacarídeo estrutural
formado por moléculas de glicose que se arranjam em fibrilas lineares. Esta
celulose está associada a outros polissacarídeos (hemicelulose e substâncias
pécticas) e às glicoproteínas.
A arquitetura da parece celular é determinada pela
disposição das fibrilas de celulose, uma vez que este carboidrato forma uma
rede interpenetrada por uma matriz amorfa, constituída pelos carboidratos não
celulósicos.
A parede celulósica pode variar em espessura de
acordo com a idade e com a função da célula na estrutura da planta. Ela começa
a se formar no final da divisão celular, quando o envoltório nuclear das duas
células recém-formadas se reorganiza. Na região central da célula acumulam-se
vesículas do complexo golgiense repletas de pectatos, nesta etapa está formando
o fragmoplasto. Estas vesículas se fundem formando a placa celular; desta
forma, surge a membrana plasmática que separa as duas células recém-formadas.
Entre essas células permanece uma camada de pectatos de cálcio e magnésio,
denominada lamela média, que garante a adesão entre as células. Na etapa seguinte,
encontra-se a parede primária, que se dispõe internamente à lamela média e
externamente à membrana plasmática, uma vez que seus precursores são sintetizados
no citoplasma da célula. Depois que a célula cessou o crescimento, em alguns
tipos celulares pode-se depositar uma parede internamente à parede primária, que
recebe o nome de parede secundária.
Appezzato-Guerreiro, 2003
Appezzato-Guerreiro, 2003
Composição
química da parede celular
Composição Parede
Primária Parede
secundária
Polissacarídeos 90% 60-80%
Celulose 30% 50-80%
Hemicelulose 30% 5-30%
Pectina 30% -
Proteínas 10% -
Lignina - 15-35%
Celulose
- Polímero linear de glicose
- 6000-10000 unidades de glicose=celulose
- 40 moléculas de celulose combinam-se para formar cristais lineares= microfibrilas
- Várias microfibrilas=macrofibrilas
Portanto, pode-se distinguir três camadas na parede
celular:
Lamela
média: camada responsável pela adesão entre duas células
vizinhas, sendo formada por pectatos, é também denominada substância
cimentante.
LM- Lamela média; PP - parede primária. Appezzato-Guerreiro, 2003
Parede
primária: Formada durante a divisão e a expansão celular é a
camada de parede que se deposita primeiro portanto está presente em ambas os
lados da lamela média. É composta por celulose, hemicelulose e substância
pécticas. Em algumas regiões sua espessura apresenta-se mais delgada (fina) e
recebe o nome de campos primários de
pontoações, onde são observados numerosos cordões citoplasmáticos – os plasmodesmos-
intercomunicações entre células vizinhas.
Plasmodesmos
Curtis e Barnes, 1994
Parede
secundária: camada que se deposita posteriormente na parede
quando a célula cessou o crescimento (S1, S2 e S3). Nem toda célula vai
apresentar essa deposição, sendo constituída de celulose, outros polissacarídeos
não celulósico e lignina (impermeabilizante) podendo ocorrer também cutina e
suberina (substâncias graxas). A lignina é uma substância polimérica ácida que
impermeabiliza e torna a parede mais rígida. Essas modificações na parede
ocorrem conforme a especialização da célula para desempenhar diferentes funções
no corpo vegetal. Apresenta pontoações (poros) que pode corresponder aos campos
primários de pontoações (simples ou areoladas).
Tipos de pontoações
Appezzato-Guerreiro, 2003
A - Simples
B- Areolada
C- Areolada com Toro e Margo
D- Semi-areolada
B- Areolada
C- Areolada com Toro e Margo
D- Semi-areolada
Esclereídes com pontuações
simples em Miconia sp. (corte transversal). Appezzato-Guerreiro, 2003
Armação fundamental
da parede celular
Appezzato-Guerreiro, 2003
Processo de formação
da Parede Celular Primária e Secundária
Appezzato-Guerreiro, 2003
Centro
de formação de microfibrilas
- Presença de rosetas na membrana plasmática (6 unidades de proteínas).
- Fabricam celulose de unidades de glicose uridinadifosfato (GUDP) transportadas do citoplasma que formam a parede do lado externo à membrana plasmática.
- O direcionamento das roseta é dado pelos microtúbulos.
- Complexo golgiense produz pectatos e hemicelulose
Referências:
APPEZZATO-DA-GLORIA, B.; CARMELO-GUERREIRO, S. M. (2003). Anatomia Vegetal. Editora UFV-Viçosa-MG.
AZEVEDO, A.A.; GOMIDE, C.J.; SILVA, E.A.M. Anatomia das espermatófitas: material de aulas práticas. 2º edição. Viçosa: UFV, 2003.
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