Para aqueles que são amantes da natureza...

"Este cerrado é um pouco como o nosso povo brasileiro. Frágil e forte. As árvores tortas, às vezes raquíticas, guardam fortalezas desconhecidas. Suas raízes vão procurar nas profundezas do solo a sua sobrevivência, resistindo ao fogo, à seca e ao próprio homem. E ainda, como nosso povo, encontra forças para seguir em frente apesar de tudo e até por causa de tudo"

Newton de Castro


quarta-feira, 4 de março de 2015

Plastos ou plastídios.



Plastos ou plastídio

É provavelmente é a melhor denominação usada para descrever tais organelas típicas de células vegetais, uma vez que o nome indica a plasticidade tanto da estrutura quanto de função. São organelas delimitadas por duas membranas e contém DNA e ribossomos, tem capacidade de auto-replicação e apresentam parte da maquinaria genética, são consideradas organelas semi-autonôma. Estas evidências dão suporte à teoria de que os plastídios originaram-se como procariontes de vida livre que penetraram as células eucariotas primitivas e tornaram-se estabilizados como elementos simbióticos permanentes dentro das células hospedeiras.

                                Cloroplasto típico

Os plastídios podem ser classificados conforme a presença ou ausência de pigmentos em:

1. Pigmentados:
Cloroplastos – predomina o pigmento verde: clorofila.
Cromoplastos – geralmente em tonalidades amareladas até avermelhadas, predominam os carotenóides.

2. Não-pigmentados:
Amiloplasto – sintetizam o amido
Elaioplastos ou oleoplastos – sintetizam gorduras e óleos de armazenamento.
Proteinoplastos ou proteoplastos – que armazenam proteínas.

Todos os plastídios são derivados de corpos muito pequenos, os proplastídios, que estão presentes nas células do embrião e nas células dos meristemas apicais. Os plastídios também têm capacidade de interconversão; assim, um plastídio pigmentado pode ser convertido a um plastídio não pigmentado e vice-versa.

Processo de crescimento, diferenciação e maturação do proplastídio envolve a exposição à luz.





Demonstração da teoria da formação e interconversão




Cromoplastos são plastídios pigmentados que acumulam carotenóides. Eles conferem coloração vermelha, amarela e alaranjada a muitas flores e folhas velhas, alguns frutos e algumas raízes. Sua função precisa não é bem conhecida, embora eles comumente sejam associados à atração de animais polinizadores ou dispersores de sementes.
Os cloroplastos são plastídios pigmentados, cujo pigmento predominante é a clorofila, e que ocorrem principalmente em folhas, frutos e caules jovens, nos tecidos expostos à luz. Estão envolvidos nas reações energéticas dentro da célula como na fotossíntese e na formação de amido temporário, síntese de lipídeos e atividade nitrato-redutase. Ao microscópio eletrônico, são delimitados por duas membranas, e internamente existe um sistema de membranas que se organiza em pilhas de sacos achatados denominados tilacóides. Cada conjunto de tilacóides recebe o nome de granum e reservam clorofila para participação ativa na etapa fotoquímica da fotossíntese. A etapa química da fotossíntese ocorre no estroma onde são localizados os ribossomos, DNA circular e formações de grãos de amido temporários.
Os plastídios não-pigmentados são conhecidos os amiloplastos, oleoplastos e os proteoplastos. Eles caracterizam-se pela ausência de pigmentos e por armazenar substâncias de reserva.
Os amiloplastos contém grãos de amido (amido de reserva), sendo encontrados em diferentes tipos de células. Eles podem ser diretamente formados tanto diretamente de pró-plastídios quanto a partir da desdiferenciação de cloroplastos. A quantidade de amido presente pode ser suficiente para distender o plastídio, e quando isto acontece , frequentemente é difícil distinguir as membranas internas  e externas que delimitam o plastídio. A síntese do amido de reserva ocorre a partir de um ponto denominado hilo, originando-se um grão de amido que tem formas e dimensões variadas, muitas vezes características da espécie vegetal. O hilo pode estar situado no centro do amiloplasto ou ser excêntrico e, de acordo com a sua posição, as camadas de amido depositadas ao seu redor serão concêntricas ou não. Dois ou mais grãos de amido podem originar - se simultaneamente, num mesmo amiloplasto, formando um grão de amido composto. Em órgãos de reserva, eles estão presentes em células do parênquima. No ápice radicular, as células da coifa contêm numerosos amiloplastos que estão associados ao geotropismo positivo da raiz. Algumas vezes os plastídios também podem conter inclusões distintas, amorfas e cristalinas. Tais inclusões têm reagido positivamente a testes para verificação de proteína, sendo este plastídio denominado proteoplasto. Os proteoplastos têm sido observados em células meristemáticas e em células de tecido em diferenciação. Acredita-se que estas inclusões contenham proteínas de estoque, possivelmente usadas na formação de membranas novas durante o desenvolvimento do cloroplasto.


Os oleoplastos ou elaioplastos são plastídios que acumulam lipídios na forma de glóbulos, cuja função não está bem esclarecida.




Appezzato-Guerreiro, 2003


Referências:

APPEZZATTO-DA-GLORIA, B.; CARMELO-GUERREIRO, S. M. Anatomia Vegetal. Editora Viçosa: UFV, 2006.

AZEVEDO, A.A.; GOMIDE, C.J.; SILVA, E.A.M. Anatomia das espermatófitas: material de aulas práticas. 2º edição. Viçosa: UFV, 2003.


CUTTER, E. Anatomia Vegetal-Parte I: células e tecidos. São Paulo: Editora Roca Ltda, 1986.

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